15 milhões de euros em electrificação para locomotivas diesel ?
A REFER em Março de 2008 deu por terminados os trabalhos relativos à empreitada de
construção da Ligação Ferroviária à Siderurgia Nacional, cumprindo o calendário definido aquando da respectiva consignação.
Este ramal, que faz parte dos investimentos prioritários identificados para a Rede Convencional nas Orientações Estratégicas definidas pelo Governo para o Sector Ferroviário, vem dar satisfação a uma necessidade há muito sentida pelo conjunto de empresas que operam no Parque Industrial do Seixal, permitindo-lhes a transferência do transporte dos seus produtos para o modo ferroviário, melhorando assim as suas condições de competitividade.
Representando um investimento global de 15 milhões de euros, a empreitada consistiu na construção de uma nova linha electrificada, sinalizada e dotada de sistemas de controlo automático de velocidade (CONVEL) e de Rádio Solo-Comboio, para circulação de composições de mercadorias entre a Estação de Coina e a referida unidade industrial.
Além das infra-estruturas acima identificadas, a empreitada envolveu ainda a construção de um feixe de recepção/expedição, electrificado, dotado de cinco linhas com um comprimento mínimo de 600 metros, a execução de obras de drenagem e a instalação de vedação para protecção do canal ferroviário.
Com base em projecto desenvolvido pela Ferbritas, os trabalhos da empreitada geral de construção civil, via e catenária foram realizados pelo consórcio Somague / Neopul, pelo valor de 5.074.000 euros e um prazo de 13 meses, a contar da data da consignação que ocorreu em 24 de Janeiro de 2007. A fiscalização dos trabalhos foi assegurada pela Atkins.
A instalação dos sistemas de sinalização/telecomunicações, CONVEL e Rádio Solo-Comboio, no valor de 2.046.000 euros, foi objecto de adjudicações autónomas às empresas Thales, Bombardier e NEC, respectivamente.
Como aspecto técnico inovador, destaca-se, após estudo e validação técnica e ambiental, a utilização nos aterros da plataforma ferroviária deste ramal do agregado siderúrgico inerte (ASIC) proveniente do próprio Complexo da Siderurgia Nacional.
As locomotivas diesel
Com custos de manutenção elevados, apesar da fiabilidade crescente, as locomotivas 1906 e 1910 são encostadas em 2003, tendo atingido o número de horas para entrar em revisão. A CP retoma as revisões gerais a esta série em 2004, sendo a 1908 a primeira locomotiva a receber este tratamento. A mudança de política em relação a estas locomotivas deveu-se à necessidade de dispor de material diesel para suprir as faltas de locomotivas eléctricas.
Embora ameaçadas pelos seus custos de operacionalidade, as locomotivas da série 1900 devem continuar a assegurar comboios de mercadorias durante mais alguns anos. A falta de material eléctrico e a pujança do transporte de mercadorias da CP assim o exigem.
“A CP Carga S.A. operará em 10 terminais logísticos próprios espalhados por todo o território nacional, serviços de e para os portos marítimos da costa atlântica nacional, ramais privados dos seus clientes e também disponibilizará oferta regular para os principais eixos Ibéricos, entre os quais, Madrid, Barcelona, Tarragona, Valência, Saragoça e Bilbau” , através de um quadro de pessoal de 830 colaboradores, segundo o comunicado da empresa.
A empresa terá a operar um parque de material circulante, constituído por 86 locomotivas eléctricas e diesel, sendo que recentemente a empresa gastou 100 milhões de euros em 25 novas locomotivas Siemens.
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