Rosalina Ribeiro tinha conta no banco Duarte Lima

5,2 milhões de euros

  Secretária de Tomé Feteira assassinada 
no Brasil estava falida e alterou testamento
Por causa da herança, Rosalina, que viveu com Feteira durante mais de 30 anos, estava envolvida numa disputa judicial com a filha do empresário e estaria a passar por dificuldades económicas, ao ponto de lhe ser difícil pagar aos empregados que tratavam de um conjunto de casas que alugava na localidade de Porto de Mós, em Lagos, no Algarve.

A última alteração que Rosalina fez ao seu testamento ocorreu poucos dias depois de, em Lisboa, a PJ ter recebido a resposta a uma carta rogatória enviada para a Suíça. Nessa diligência ficava provado, ao fim de quase nove anos de investigações, que a ex-secretária de Tomé Feteira movimentara o dinheiro que este ali tinha depositado e que, alegadamente, transferira parte (5,2 milhões de euros) para uma conta do seu advogado, o ex-deputado do PSD Domingos Duarte Lima. As transferências para o advogado, em cinco ocasiões, entre Março e Abril de 2001, não foram confirmadas nem desmentidas por este, que, em declarações escritas ao PÚBLICO, se limitou a afirmar estar impedido, pelo Estatuto do Advogado, de se pronunciar sobre o caso.
Já a filha de Tomé Feteira, Olímpia Feteira Menezes, confirma que Duarte Lima recebeu os referidos montantes e adianta que a herança do seu pai foi esvaziada ao longo dos anos pela sua secretária. “Não foi apenas o dinheiro da Suíça. Rosalina, utilizando documentos que eu creio terem sido falsificados, levantou dinheiro de contas que o meu pai tinha em Portugal, no Brasil, através do Banco Boston [que hoje já não existe], e noutros países”.
Fortuna de Tomé Feteira "roda" há dez anos por advogados
 Meses antes de morrer, o empresário partiu uma perna e a secretária começou a gerir os negócios.