domingo

TGV ‘arranca’ sem comboios em 2013

 Concurso para a compra de comboios ainda não foi lançado, criando o risco de as composições só chegarem em 2014. Portugal terá de pagar entre 300 a 420 milhões de euros para comprar 12 comboios necessários à alta velocidade

A linha de alta velocidade (AV) ferroviária Poceirão-Caia estará concluída em 2013, mas há um problema: como o Executivo, responsável pela aquisição do material circulante, ainda não lançou o concurso para comprar os comboios que vão circular na linha, estes não estarão prontos em 2013.
De acordo com as principais construtoras mundiais de comboios de AV – Siemens, Alstom e Bombardier – consultadas pelo SOL, as composições demoram dois anos e meio a três anos a ser entregues, a partir do momento da assinatura do contrato. «Está prevista a aquisição pelo Estado de comboios de AV, mas que serão depois alugados aos operadores», diz fonte oficial da RAVE, empresa responsável pelo TGV em Portugal.
O Governo só vai lançar o concurso após o final de 2010, porque, segundo fonte oficial do Ministério dos Transportes «não existe ainda uma decisão final relativamente ao processo de aquisição». Como o concurso demora, no mínimo, meio ano a ser finalizado, os comboios chegarão a Portugal apenas em 2014, de acordo com as previsões mais optimistas.  

Solução espanhola O adiamento na compra dos comboios está relacionado com as restrições orçamentais impostas pelo Governo, que já levaram ao adiamento das restantes linhas de AV – Lisboa-Porto, Porto-Vigo e Lisboa-Poceirão, que inclui a terceira travessia do Tejo.
A compra dos cerca de 12 comboios de AV necessários para a operação Lisboa-Madrid implicará para o Estado um investimento entre os 300 e os 420 milhões de euros, segundo as construtoras.
A solução para este problema poderá vir de Espanha. Segundo o SOL apurou, a operadora ferroviária espanhola, Renfe – que irá explorar a alta velocidade em Portugal em conjunto com a CP - Comboios de Portugal, tal como o Confidencial noticiou em primeira mão –, está disponível para fazer um acordo com o Governo português, de modo a utilizar os seus comboios nas linhas portuguesas.
A outra solução será vender alguns comboios mais antigos ao Estado português.

[ Por Frederico Pinheiro no Sol ]

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