quarta-feira

Pandur: "dois pesos e duas medidas"

 Governo farto de incumprimentos. Gigante do armamento refere submarinos para dizer que o Estado "tem dois pesos e duas medidas"A 20 dias do deadline estabelecido pelo governo numa carta em forma de ultimato, enviada a 25 de Maio à austríaca Styer-Daimler-Puch - fornecedora das Pandur integrada universo General Dynamics - o i soube junto de fontes militares e empresariais que nenhuma das exigências da Defesa foi cumprida. E mais: "A entrega e inspecção das viaturas até 24 de Agosto é impossível de concretizar", assegura uma fonte militar. Consequência: Lisboa deverá mesmo romper o contrato de 364 milhões de euros para fornecimento e manutenção dos 260 blindados substitutos das "chaimites".A carta apanhou de surpresa Alfonso Ramonet, então recém-nomeado chief operacional officer da GD, que, uma semana antes do "ultimato", teve um encontro com Viegas Filipe sem que nenhuma exigência lhe tivesse sido comunicada. Mas, sequência da mesma, a GD desenhou um calendário de entrega dos blindados para os próximos meses. Sucede que, entre Dezembro de 2009 e Junho de 2010, a Fabrequipa não recebeu pagamentos da GD: como o Estado não estava a receber viaturas, o gigante de armamento cancelou os pagamentos e provocou o estrangulamento financeiro na empresa do Barreiro que emprega 250 trabalhadores e está no centro do contrato de contrapartidas avaliado em 516 milhões de euros. A denúncia do contrato no final do mês ameaça abrir uma guerra jurídica complexa entre o Estado e a General Dynamics e lançar 250 pessoas no desemprego. Mas o negócio dos Pandur interessa a muita gente: o i sabe que vários grupos tentaram comprar a Fabrequipa e a posição do seu proprietário, Francisco Pitta, no contrato com o Estado. Porém, a Fabrequipa não está à venda.

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