Excesso de sal no pão dá multas até 5 mil euros a partir de hoje
Portugal é, a partir de hoje, o primeiro país do mundo ocidental a ter uma lei que impõe limites ao teor de sal no pão. Produzir e vender pão com mais de 1,4 gramas de sal (por 100 gramas de produto final ou 0,55 gramas de sódio) passa a poder ser punido com coimas até cinco mil euros, estipula a legislação que os representantes dos panificadores desvalorizam, garantindo que já está a ser cumprida na maior parte dos casos. De fora ficam só os pães com "nomes protegidos", como a broa de Avintes e o pão de Favaios.
Uma medida que coloca Portugal no pódio dos países do mundo ocidental nesta matéria, por ser o primeiro a ter uma lei que impõe limites de sal no fabrico do pão.
A partir de hoje o pão português é obrigado a conter menos sal, com a entrada em vigor de uma lei elogiada por médicos e especialistas em saúde pública mas que levanta várias reticências à indústria do setor.
"O pão foi um bode de expiatório para alguém mostrar que se preocupa com a saúde dos portugueses. Se fosse com esta preocupação seria abrangente para todos os produtos", comentou à agência Lusa o presidente da Associação do Comércio e da Industria de Panificação (ACIP), Carlos Alberto dos Santos.
A associação refere que o setor tem perdido produção para produtos ligados ao pequeno-almoço, como os cereais, "e que não vão estar abrangidos pela nova lei e que contêm em média cinco vezes mais sal do que o pão".
"Os mais fracos são obrigados a alterar a produção. As grandes indústrias pura e simplesmente são obrigadas a ter rotulagem", considerou Carlos Alberto dos Santos.
Portugal consome o dobro do sal que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma situação que a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) acredita que será alterada com esta lei.
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